Por nossa equipe em São Paulo
Muito antes dos holofotes iluminarem os palcos e das multidões invadirem o Autódromo de Interlagos, o Lollapalooza Brasil 2025 já fervia nos bastidores. Por trás de cada corte de câmera, cada som transmitido com precisão e cada visual sincronizado entre palcos e telões, existia uma operação silenciosa, robusta e altamente especializada. É nessa engrenagem invisível que a Seegma, referência técnica no audiovisual brasileiro, escreveu mais um capítulo de sua história de mais de 30 anos.
Parceira da Flashlinks — responsável oficial pela realização técnica do festival —, a Seegma foi quem entregou os equipamentos e a inteligência operacional necessários para fazer o maior festival de música do Brasil acontecer também do ponto de vista técnico. Foram mais de 20 quilômetros de fibra óptica LEMO entrelaçando palcos, centro de controle, salas VIP, áreas de convivência e bastidores de artistas. Um sistema de ida e volta que conectou todos os sinais ao vivo, incluindo a transmissão para a emissora oficial e às áreas internas do festival.
Esse sistema de interligação não apenas garantiu o transporte dos sinais de vídeo e áudio em tempo real, como também criou uma malha de monitoramento altamente confiável, possibilitando que as decisões de produção e cobertura fossem feitas com extrema agilidade. A estrutura montada permitia que os diretores de transmissão tivessem acesso imediato a qualquer câmera em qualquer palco — e isso foi essencial para cobrir um line-up tão denso, com demandas visuais distintas e simultâneas.
No total, 90 conversores fibra/SDI garantiram a integridade dos sinais entre as centrais técnicas e os sistemas de imagem. Para atender às demandas simultâneas de cada banda — muitas com exigências específicas de transmissão e monitoramento —, a Seegma também mobilizou 35 câmeras distribuídas entre os palcos e quatro unidades móveis de produção ao vivo. Cada unidade móvel funcionava como um centro de decisão estratégica, com operadores e diretores coordenando a captura em tempo real, incluindo gravação, corte e sinal para transmissão.
A operação envolveu 80 profissionais técnicos e especializados que atuaram em tempo integral, inclusive nos chamados “red lines da madrugada”: ajustes e demandas emergenciais feitas diretamente pelas equipes das bandas, com prazos apertadíssimos e alto nível de exigência. Esses red lines — normalmente ignorados por quem só vê o espetáculo — exigem conhecimento profundo, raciocínio rápido e flexibilidade operacional.
Um Lolla de emoções à flor da pele
Enquanto nos bastidores a Seegma interligava cada tomada de som e imagem, do lado de fora, o público se emocionava. Durante os três dias — de 28 a 30 de março — mais de 240 mil pessoas estiveram presentes em Interlagos. O LollaBR, originalmente voltado ao rock alternativo, escancarou sua identidade pop: Olivia Rodrigo, Justin Timberlake, Tool, Alanis Morissette, Rüfüs du Sol e Shawn Mendes mostraram que o line-up atual não olha apenas para trás, mas se ancora no presente.
E foram os momentos humanos que ficaram gravados: Olivia impressionada com o coro em “vampire”, Shawn Mendes entregando um presente pessoal a um fã e vestindo a bandeira do Brasil, Alanis interrompendo seu show para abençoar um casal que acabava de ficar noivo. Emoções reais, traduzidas em som e imagem — e transmitidas com fluidez graças a uma engrenagem invisível que funcionou com perfeição.
Mas não apenas os headliners emocionaram. O soul intenso de Teddy Swims em um dos palcos secundários, o set técnico e hipnótico do Tool com projeções psicodélicas e a mistura de pop com ativismo de Marina Lima (que dividiu o palco com Pabllo Vittar) mostraram como o festival, além de musical, foi culturalmente relevante. Cada uma dessas apresentações exigiu atenção técnica precisa: mudanças rápidas de setup, equalizações específicas, testes de retorno, ajustes de delay — bastidores que só profissionais do audiovisual reconhecem.
Quando o invisível sustenta o espetáculo
Muitos frequentadores elogiaram a organização geral: menos filas, melhor circulação, mais clareza de sinalização. Mas poucos sabem que por trás disso também houve um esforço técnico minucioso. A planta foi planejada para reduzir interferências sonoras e otimizar cabos e conexões. A comunicação entre CCO, centrais técnicas e transmissão da TV foi totalmente integrada. E a Seegma esteve em cada ponto crítico desse circuito.
Além da entrega de equipamentos de ponta, a Seegma garantiu consultoria técnica em tempo real durante todo o festival. Desde o alinhamento de sinal com a Globo até a resolução de demandas personalizadas para artistas internacionais, sua presença garantiu um nível de entrega que o público talvez nunca perceba — mas sem o qual o festival simplesmente não aconteceria como aconteceu.
O protocolo de evacuação temporária por conta de chuvas no primeiro dia — que exigiu reconfiguração de links e replanejamento do cronograma técnico — também foi apoiado pela equipe da Seegma. Manter os sistemas operando mesmo durante a tempestade foi um desafio que testou a resiliência da estrutura técnica e da equipe.
Técnica, emoção e legado
O Lollapalooza Brasil 2025 não foi apenas uma edição com shows marcantes. Foi uma vitrine de como o audiovisual brasileiro evoluiu em sofisticação, precisão e capacidade de resposta. E nesse palco invisível, a Seegma mostrou — mais uma vez — por que é referência quando o assunto é estrutura para eventos de grande porte.
Mais do que isso: demonstrou que o futuro da produção ao vivo no Brasil passa pela integração entre equipamentos de alta performance e pessoas com experiência prática em campo. O legado da Seegma está justamente nessa combinação: saber o que usar, como usar, e sobretudo, quando agir.
No final, o que os olhos viram e os ouvidos ouviram dependeu de algo que estava fora da cena. Algo que só quem trabalha por trás das câmeras entende: a beleza do que funciona sem chamar atenção.
E talvez, nesse silêncio técnico, tenha nascido o verdadeiro show.
