Mais dois pilares da área de vídeo
Por vezes mesmo profissionais experientes acabam esquecendo os conceitos que existem por trás de suas atividades do dia a dia.
Há dois conceitos importantes que utilizamos que juntamente com o triângulo de exposição abordado no post anterior.
Hoje vamos abordar mais dois pilares importantes, o frame rate e o white balance, os quais juntos com ISO, Abetura e Shutter Speed, complementam o conhecimento básico que todo profissional da área de vídeo deve ter.
Uma exposição não ficará totalmente correta se errarmos o White Balance, o número de frames que escolhemos também vai influenciar na quantidade de luz de nossa exposição.
Vamos ver isso mais de perto.
Frame Rate
Muito simples porém muito importante a escolha do frame rate correto para a nossa gravação.
Frame rate nada mais é de quantos frames por segundo nossa câmera está configurada para gravar.
Lembro que o frame rate do cinema sempre foi 24 quadros por segundo, pois segundo consta é a cadência mais natural para os olhos humanos observarem.
Tudo vai depender da aplicação.
Se precisar aplicar uma câmera lenta, a cadência de 24 frames por segundo já não é a mais adequada. Em takes com câmera lenta é recomendado gravar mais frames por segundo para que o take final fique mais suave.
Para câmera lenta gravamos 60FPS ou até mais se a câmera permitir; há câmeras que permitem a gravação de 120 frames por segundo ou mais, nestes casos o take em câmera lenta fica perfeito.
Outros frame rates conhecidos são:
30 fps
29.97
23.98
Estes frame rates com decimais, vem do conceito de Drop-frame time code x Non-drop frame timecode. Para simplificar são taxas de frames para que o vídeo tenha o tempo de relógio exato, uma exigência dos canais de TV. Por exemplo se o vídeo for produzido a 30 frames por segundo, um bloco de 15 minutos nunca terá 15 minutos exatos. Para fazer este acerto de tempo, de tempos em tempos é sacado um frame (dropped frame rate) para que o tempo do vídeo seja exato.
White Balance
A temperatura de cor é representada em graus Kelvin, e o White Balance nada mais é do que informar para a câmera o valor do “branco” do local.
Antes vamos dar uma olhadinha na tabela Kelvin.
Observe que na tabela Kelvin não existe a cor branca!
De uma forma simplificada, precisamos então informar o valor do branco do local da gravação, este é o famoso white Balance.
As câmeras possuem os modos de White Balance automático porém o melhor é fazer o procedimento de white balance.
Para simplificar vou recomendar que tenha sempre em mãos uma placa de POLIESTIRENO EXPANDIDO (conhecido como ISOPOR) para este processo.
Usamos esta placa para refletir a luz do local para a objetiva da câmera e efetuar o procedimento manual de Balanceamento de Branco.
Melhor ainda do que o ISOPOR ou a famosa folha branca seria uma placa cinza média…
Sim, a melhor forma de fazer um white balance sem nenhuma distorção é utilizando um cartão cinza médio (mas na sua ausência o branco funciona bem).
O importante é utilizar o white balance manual, do contrário a câmera vai decidir qual a temperatura selecionar.
Para vídeo melhor ainda seria a placa cinza de 3 tons conforme figura abaixo:
Além da opção automática as câmeras também possuem alguns presets como no exemplo abaixo a Canon T5i.
Há ainda alguns fatores que precisam ser observados como:
- A luminosidade da objetiva: Há objetivas com abertura fixa para todo o range de zoom, como por exemplo a Sigma EF 50-100, outras tem a luminosidade variável que em objetivas zoom é muito comum.
- a latitude da câmera: Normalmente informada pelo fabricante, basicamente significa quantos f-stops distanciam o branco do preto no equipamento.
- a distância focal: A distância entre o sensor da câmera e o centro óptico da lente.