O que vem depois de Paris e dos irmãos Lumière!
A história do cinema em nosso país se divide em diversos períodos, moldando pouco a pouco o processo de captura, de realização das produções, dos temas e gêneros abordados e também a forma com que as pessoas o consumiam nesse decorrer de mais de um século de sétima arte.
Vamos estudar um pouquinho sobre esse data tão importante? Separamos aqui algumas informações sobre os primeiros filmes, passando por crises, revoluções e a implementação de novos estilos e formatos, até chegarmos ao dia de hoje!
Sabemos que os irmãos Lumière “inventaram” a sétima arte em Paris no dia 8 de Julho de 1896, mas e no Brasil?
O Rio de Janeiro exibiu a primeira sessão de cinema apenas 7 meses depois, e em 1897 Paschoal Segreto e José Roberto Cunha Salles abriram a primeira sala, chamada “Salão de Novidades de Paris”.
O primeiro filme, exibido em 1898 foi um documentário sobre a Baía de Guanabara. Aliás, as primeiras produções brasileiras foram documentários, apenas em 1908, o cineasta luso-brasileiro António Leal apresenta sua película “Os Estranguladores”, considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, com duração de 40 minutos.
A expansão do cinema no Brasil.
A produção nacional ganhou força no ano de 1912 com “Os Três Irmãos” e “Na Primavera da Vida”, do cineasta Humberto Mauro, mas foi somente em 1929 que foi lançado o primeiro filme brasileiro totalmente sonorizado. O filme se chamava “Limite” e foi filmado por Mário Peixoto.
Nesse meio tempo ocorre a primeira crise do cinema brasileiro acarretada pela Primeira Guerra Mundial e o domínio das produções estadunidenses (cinema de Hollywood).
O primeiro grande estúdio cinematográfico no Brasil, chamado de “Cinédia” foi criado na década de 30 e produzia comédias musicais e dramas populares. Neste período tivemos produções importantes, como Limite (1931), de Mário Peixoto e A Voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro.
Na década de 40 surgem os gêneros das “chanchadas”, filmes cômicos-musicais de baixo orçamento. Eventualmente, essa fórmula acabou se esgotando e o cinema brasileiro foi tomado por movimentos revolucionários, influenciados pelos vanguardistas europeus.
O que foi o Cinema Novo?
Muitos jovens cineastas passaram a questionar as tentativas de imitar Hollywood e desenvolveram um novo tipo de cinema com foco em temáticas populares, com preocupações de cunho social e político em favor de uma arte mais autêntica.
No regime militar entre o final da década de 60 e início da década de 70, um outro grupo de cineastas optou por um movimento mais radical: o cinema marginal (ou “udigrúdi”). Essas produções estavam bastante alinhadas com o movimento de contracultura, ideologias revolucionárias e também com o tropicalismo, movimento musical que ocorria na mesma época.
Criação da Embrafilme.
Com o objetivo de alinhar as produções cinematográficas com as exigências do governo e se tornar uma ferramenta de controle estatal, em 1969 é criada a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes) que permanece até 1982, promovendo uma conquista de cultura no cinema brasileiro – ou pelo menos para os filmes que fossem aprovados pela censura.
Ao mesmo tempo, o grupo da chamada Boca de Lixo passaram a realizar as pornochanchadas, misturando humor e erotismo, mas caindo em decadência com a popularização do mercado pornográfico hardcore, na década de 1980.
A crise e a retomada das produções nacionais.
A proliferação das locadoras de fita cassete e a crise econômica do país colaboraram para uma grande queda de consumo e produção do cinema brasileiro, bem como as privatizações que surgiram no governo Collor, que extinguiu o Ministério da Cultura, a Embrafilme, o Concine e a Fundação do Cinema Brasileiro.
Depois de anos imerso em crise, o “Cinema de Retomada” surge nos anos 90, onde foi criado a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, sendo implementada uma nova legislação, a “Lei do Audiovisual”.
O longa Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, indicado a quatro Oscars, marcou o final da retomada do cinema brasileiro.
E como está o cinema brasileiro no século XXI?
Com toda revolução tecnológica conquistada no decorrer desses 100 anos de história do cinema, hoje o meio digital nos deixa mais livres em termos de custos e produção, influenciando tanto o aumento das produções independentes, quanto de grandes produtoras.
Neste novo período também é importante citar o avanço das animações, onde a cada nova produção se estabelece um novo nível de excelência técnica, marcando as convencionais divisões do mercado. E apesar de ainda sermos muito influenciados por filmes estrangeiros, o crescimento da indústria e a busca por profissionalização continuam aumentando cada vez mais!
E você, qual sua opinião sobre o cinema nos dias de hoje? 🙂